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REFLEXÃO DA FUNÇÃO POLÍTICA E SOCIAL NA EDUCAÇÃO




Nos últimos anos a sociedade tem defrontado com uma radical crítica da Escola no Brasil.

Tal crítica tem procurado acentuar especialmente as vinculações da Educação com as estruturas econômicas, políticas e sociais, denunciando a consequência da utilização da Escola como veículo de manutenção das relações sociais existentes como instrumento de veiculação de ideologias manipuladas pelos setores mais privilegiados da sociedade.

A escola é uma instituição como qualquer outra numa sociedade concreta, e na medida em que sua tarefa se cruza numa dimensão intelectual, profissional e ética, ela se estende também pelos campos da ação política, aqui entendida como a materialização mental dos interesses dos grupos que atuam no exercício do poder.

Quando perguntamos qual a tarefa da Escola e como ela pode responder com eficiência para preencher as carências dos setores sociais menos privilegiados, ficamos pasmados e admirados com a descoberta: a Escola exercerá um importante papel político e social quando ela cumprir com a eficiência o seu objetivo fundamental: instrumentalizar as classes trabalhadoras e a grande população marginalizados pela sociedade brasileira com os requisitos indispensáveis da sociedade moderna, para que possam usufruir de bens produzidos pela sociedade, possibilitando-as a participar efetivamente na produção e gozo dos seus direitos sociais e políticos, e gerando as condições mínimas necessárias para o seu progresso material, intelectual e cultural.

É importante observar que, se a educação escolar cria os instrumentos para o exercício do poder ela pode também criar instrumentos para a luta contra o poder, isto, pode criar os impedimentos para cercear o acesso ao poder aqueles que não se apossarem de tais instrumentos:

ISTO SIGNIFICA QUE AQUELES QUE DETÊM O CONTROLE DOS PROCESSOS EDUCACIONAIS SÃO CAPAZES DE MANIPULAR O QUE OS OUTROS DEVEM SABER E O QUE PODEM SABER.

Dessa forma, a educação não apenas produz o que os donos do saber julgam necessário para eles conhecerem, mas também o que os outros devem ignorar, ainda mais, acaba por legitimar o exercício do poder nas várias instâncias da sociedade pelo que os indivíduos sabem e pelo que eles ignoram.

É fundamental que consigamos tornar a escola competente no sentido de favorecer a compreensão das regras de funcionamento da sociedade e da expressão de um mundo melhor. Urge a retomada do estudo da sociedade.

Não como cultura universal, não com o somatório de conhecimentos, mas diante de um corpo organizado de conhecimentos que serve de parâmetros para reflexões.

Urge organizar conhecimento de tal forma que sirva como MARCO daquilo que se deve negar, que sirva como CAMINHO daquilo que a escola, que os homens devem perseguir.


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